Cair.
A queda não era assim tão dolorida
Como se poderia
Imaginar.
Levantar-se ou ali ficar
Equilibrando-se.
A queda não era confortável
Porém não definitiva.
Pôde seguir
Ainda que meio manco.
(Mais e menos manco do que podia perceber-se)
Ele caiu calmamente.
Caiu.
Levantou-se moroso
E seguiu a equilibrar-se.
Ele não precisaria ir novamente
Ao chão.
Poderia carregar-se a si mesmo
Equilibrado entre queda total
E máxima ascensão.
E poderia dar saltinhos
Depois saltos
Até piruetas.
Desde que não
Em chão assim,
Tão confortável,
Tão sem fim.
Chão de não ter queda:
Queda nenhuma ou
Queda total.
Desde que contendo-se
Pra no meio da pirueta,
Suspenso no ar,
Não ceder ao medo:
De salto mortal
Ou queda derradeira.
(Teria de seguir pensando)
Cair,
Equilibrar-se:
É tudo.
3 comentários:
seguir, equilibrar-se em movimento...dançar?
"O importante não é a queda, mas sim a aterrisagem"
por que não a narrativa em primeira pessoa? O narrador se confunde com o equilibrista.
Touchant.
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